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Análise: Maria Angula (Lendas do Equador)

         Hoje fiz a primeira análise aqui no blog para quem quer aprender a ser mais críticos ao realizar a leitura de contos, livros, poemas entre outras coisas e isso vai ajudar muito. Espero que gostem!!

CONSTRUÇÃO DO ENREDO
  • INTRODUÇÃO

         A introdução trata-se da apresentação dos personagens, tais como as suas características e ações. No conto Maria Angula, as características estão presentes no seguinte trecho: [...] “era uma menina alegre e viva”, “Era louca por uma fofoca e vivia fazendo intrigas com os amigos para jogá-los uns contra aos outros”. Além disso, há verossimilhança, pois a personagem se aproxima da realidade ao retratar pessoas que não sabem e acaba dando uma de esperta para não ficar por baixo e dizer que sabe ou havia esquecido, também há pessoas que gostam de fazer intrigas e causar brigas entre outras pessoas próximas, no entanto a personagem Maria retrata esse tipo de pessoa.

  • COMPLICAÇÃO

         A complicação é marcada por um conflito ou melhor dizendo as ações que ocorrem na trama. Todo enredo precisa existir um conflito com um ou mais personagens, sendo o foco principal prender a atenção do leitor. No caso do conflito na história, trata-se do momento em que Maria Angula vai ao cemitério a mando de Dona Mercedes. Esta complicação se deve as ações da personagem, visto que a mesma arrancou as tripas e o estômago de um defunto. Ou seja, ela pensou em hesitar, resultando em uma complicação. “Ali estava o pavoroso semblante do defunto! Teve ímpetos de fugir, mas o próprio medo a deteve ali”.

  • CLÍMAX

         Se tratando do clímax, é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, está no ápice dos acontecimentos, tornando o desfecho inevitável, é o momento de maior tensão dentro da história. No caso de Maria Angula, esse clímax está presente no final, quando o defunto aparece em sua casa para rogar-lhe suas tripas novamente: “A mulher perdeu a fala. Ali, diante dela, estava o defunto, que avançava”.

  • DESFECHO

         O desfecho é a conclusão ou solução do conflito produzido pelas ações dos personagens, sendo ele bom ou ruim. Há vários tipos de desfechos. Nesse caso, acaba sendo surpreendentemente, pois Maria Angula desaparece: “Quando Manuel acordou, não encontrou mais a esposa e, muito embora tenha procurado por ela por toda parte, jamais soube do seu paradeiro”.

TRAMA

         A trama ou enredo é linear pois a narrativa segue um processo contínuo, ou seja, do dia a dia. “No dia seguinte...”, “Como isso acontecia todas as manhãs...”.

PERSONAGEM

         Personagem é a criação fictícia de uma pessoa que pode ser protagonista, antagonista ou secundárias.
         O personagem principal é Maria Angula por ser uma história que conta sobre toda a vida e acontecimentos dela, além disso pode-se ressaltar que não é herói porque não está acima dos outros personagens e sim ela é igualada a todos no meio social em que vive, além disso por ser uma história que conta sobre toda a vida e acontecimentos dela. O antagonista se opõe ao personagem principal que se encaixa à característica é Dona Mercedes por pregar peças em Maria Angula: [...] “decidiu dar-lhe uma lição...”.
         Os personagens secundários seria o defunto e o marido de Maria Angula que apresenta características de um mesmo grupo e aparecem menos no conto.

ESPAÇO

         O espaço é natural pois os tipos de comida são do campo, os animais campestres estão presentes na narrativa, a linguagem influencia na distinção: [...] “filha de um fazendeiro...”, “acendeu o carvão...caldeirão”, “sopa de pão com miúdos...”, “arroz com carneiro”, “batatas com toicinho”.

NARRADOR

         Existem vários tipos de narradores que podem estar em primeira ou terceira pessoa. Em primeira pessoa existe o narrador personagem que é aquele que conta a sua própria história no seu ponto de vista e o narrador protagonista que é o personagem principal. Em terceira pessoa existe outros tipos de narradores entre eles são o onisciente, ele sabe de tudo além dos sentimentos e personalidade das personagens, que podem se encaixar o intruso e o neutro. O narrador onisciente intruso argumenta sobre o seu ponto de vista dentro da narrativa: “Mas já são muitas idéias, — são idéias demais; em todo caso são idéias de cachorro, poeira de idéias, — menos ainda que poeira, explicará o leitor”. Assim ele é livre para julgar e se posicionar dentro do enredo. Depois podemos encontrar o narrador onisciente neutro ou chamado de parcial que é ao contrário do intruso: ele apenas narra a trama como ela é mas sabe de tudo e mais um pouco sobre os fatos e envolvidos.

         Nesta narrativa de Maria Angula, o narrador está em terceira pessoa do singular pois o narrador não participa do fato, também é onisciente neutro pois sabe de todos os fatos narrados, até mesmo o que pensam mas não interfere na história com suas opiniões sobre os personagens, apenas expõe os fatos como eles aconteceram. [...] “mas ela não tinha a menor ideia de como prepará-la”, “... não fazia ideia de como continuar”.

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